"Manifestantes do Climate no Borders em Copenhague"
As negociações estão avançando lentamente demais na conferência das Nações Unidas para o clima em Copenhague, disse nesta terça-feira o chefe da ONU para mudanças climáticas, Yvo de Boer.
"Atravessamos um momento muito distinto e importante. Vimos, na última semana, progresso em várias áreas, mas não o suficiente", disse ele.
"Existe ainda uma quantidade enorme de trabalho a ser feito se essa conferência for apresentar os resultados que as pessoas esperam."
Yvo de Boer reconheceu que "leva tempo" chegar a um acordo de 192 países incluindo ilhas do Pacífico "que podem desaparecer sob o nível do mar", produtores de petróleo "que temem por suas economias", nações ricas "que não querem perder empregos" e emergentes "que querem erradicar a pobreza".
Divergências
Na segunda-feira, as negociações foram temporariamente suspensas depois que representantes de países africanos se retiraram em protesto contra o que chamaram de "abandono das metas firmadas no acordo de Kyoto".
Esses países criticaram a organização da conferência por, supostamente, se concentrar apenas nas negociações para um novo acordo climático, em vez de trabalhar paralelamente em uma extensão do Protocolo de Kyoto.
Países emergentes insistem que países desenvolvidos que ratificaram o protocolo devem se comprometer com novos cortes de emissões dos gases que causam o efeito estufa.
Um grupo de nações, liderado por Alemanha e Indonésia, examina os possíveis cortes nas emissões por parte de países mais ricos.
Outro, liderado por Grã-Bretanha e Gana, estuda formas de financiamento de longo prazo para ajudar países mais pobres se desenvolverem de forma "verde" e se proteger dos impactos das mudanças climáticas.
A China, o maior poluidor do mundo em termos absolutos, acusa os países desenvolvidos de retroceder no que diz serem suas obrigações de combater o aquecimento global e afirmou que a reunião de Copenhague entrou em uma fase crítica.
Líderes
Nesta terça-feira, organizações não-governamentais reclamaram que muitos ativistas estão sendo afastados do local da conferência.
Os organizadores dizem que um número muito maior de pessoas requisitou o credenciamento para o evento do que as instalações poderiam acomodar.
As vagas destinadas a ONGs estariam sendo progressivamente diminuídas por razões de segurança, dada a chegada de chefes de Estado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para Copenhague nesta terça-feira.
Calcula-se que a sessão final da conferência, na sexta-feira, tenha a presença de cerca de 130 líderes, inclusive o presidente Lula.
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