domingo, 28 de março de 2010

Ópera de Sydney apaga luzes durante Hora do Planeta

As luzes que iluminam o teto branco da Ópera de Sydney se apagaram por uma hora na noite deste sábado (horário local). O gesto deve ser repetido em outros monumentos ao redor do mundo e por milhões de pessoas em outros países como parte da campanha Hora do Planeta, organizada pela WWF, numa tentativa de chamar a atenção das autoridades para a redução da emissão de gases do efeito estufa.

Há expectativa de que aproximadamente 4 mil cidades em mais de 120 países participem do movimento, apagando voluntariamente as luzes e reduzindo o consumo de energia às 20h30, em horário local, de acordo com os organizadores. "Temos todo mundo participando, de Casablanca até os campos de safári na Namíbia e na Tanzânia", disse Greg Bourne, executivo-chefe do WWF, grupo que idealizou a campanha e a promove desde 2007. Em Taiwan, o palácio presidencial e pelo menos 20 arranha-céus desligaram as luzes.

Sydney foi a primeira e única cidade a participar do Hora do Planeta no ano de lançamento do movimento, há três anos. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, o Brasil entrou na campanha pela primeira vez. Neste ano, centenas de empresas, entre bancos, grandes redes de supermercados, shoppings, indústrias, hotéis e órgãos governamentais espalhados pelo País devem participar da manifestação.

Andy Ridley, funcionário da WWF e um dos criadores da Hora do Planeta, disse esperar que neste ano o evento inspire líderes mundiais a lutar por um acordo de combate às mudanças climáticas mais consistente do que o obtido no ano passado durante a Cúpula de Copenhague. "O que ainda estamos buscando neste ano é um acordo global que incentive todos os países a reduzirem suas emissões", disse Ridley. "A China terá um grande papel nisso, mas outras grandes economias também." A expectativa é de que em 2010 mais de 30 cidades chinesas apagarão suas luzes.

Os organizadores da Hora do Planeta disseram que não há uma maneira uniforme para medir quanta energia foi poupada em todo o mundo durante a campanha, mas ressaltaram que o simples fato de tantos lugares terem se comprometido a participar deve ser suficiente para demonstrar aos líderes mundiais que o aquecimento global é uma preocupação geral. As informações são da Associated Press.

sábado, 27 de março de 2010

Milhares de pessoas apagarão as luzes por um mundo melhor. Participe!

No dia 27 de março, das 20h30 às 21h30, milhares de casas em todo o mundo ficarão às escuras - voluntariamente - por 60 minutos. O movimento Hora do Planeta, promovido pelo WWF - Worldwide Fund for Nature -, ONG ambientalista de relevância mundial, convida governos, empresas e civis a protestarem contra os efeitos das mudanças climáticas na Terra. Para ajudar a campanha basta apagar as luzes da sua casa durante uma hora.

O Brasil participa pela segunda vez do ato simbólico e, este ano, a cidade do Rio de Janeiro foi eleita a sede do movimento. Entre outros locais, serão apagados o Cristo Redentor, Praia de Copacabana, Arpoador, Igreja da Penha, Jockey Club e Pão de Açúcar. "Nosso desafio é ser uma das cidades com maior adesão à Hora do Planeta em todo mundo", destacou Carlos Osório, Secretário Municipal de Conservação e Serviços Públicos. O Ministério do Meio Ambiente também apoiará a iniciativa do WWF.

"A Hora do Planeta é um gesto de engajamento, no qual cada um deve fazer a sua parte para um futuro melhor. Será uma demonstração da nossa paixão pelas pessoas, pela solução, pela conservação do planeta e, principalmente, pela vida", afirma o presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil, Álvaro de Souza. Mais informações no site da WWF.

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domingo, 14 de março de 2010

Atenção: de acordo com reportagem do msn.verde a Amazônia pode morrer em 50 anos :S

 

floresta-amazonica A floresta amazônica poderia "morrer" em 50 anos por causa de mudanças climáticas provocadas pelo homem, sugere um estudo internacional publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.

Segundo o estudo, muitos dos sistemas climáticos do mundo poderão passar por uma série de mudanças repentinas neste século, por causa de ações provocadas pela atividade humana.

Os pesquisadores argumentam que a sociedade não se deve deixar enganar por uma falsa sensação de segurança dada pela idéia de que as mudanças climáticas serão um processo lento e gradual.

"Nossas conclusões sugerem que uma variedade de elementos prestes a 'virar' poderiam chegar ao seu ponto crítico ainda neste século, por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem", disse o professor Tim Lenton, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que liderou o estudo de mais de 50 cientistas.

Segundo os cientistas, alterações mínimas de temperatura já seriam suficientes para levar a mudanças dramáticas e até causar o colapso repentino de um sistema ecológico.

O estudo diz que os sistemas mais ameaçados seriam a camada de gelo do mar Ártico e da Groelândia, em um ranking preparado pelos cientistas, que inclui os nove sistemas mais ameaçados pelo aquecimento global.

A floresta amazônica ocupa a oitava e penúltima colocação no ranking.

Chuva

Segundo o estudo, boa parte da chuva que cai sobre a bacia amazônica é reciclada e, portanto, simulações de desmatamento na região sugerem uma diminuição de 20% a 30% das chuvas, o aumento da estação seca e também o aumento das temperaturas durante o verão.

Combinados, esses elementos tornariam mais difícil o restabelecimento da floresta.

A morte gradual das árvores da floresta amazônica já foi prevista caso as temperaturas subam entre 3ºC e 4ºC, por conta das secas que este aumento causaria.

A frequência de queimadas e a fragmentação da floresta, causada por atividade humana, também poderiam contribuir para este desequilíbrio.

Segundo o estudo, só as mudanças na exploração da terra já poderiam, potencialmente, levar a floresta amzônica a um ponto crítico.

A maioria dos cientistas que estudam mudanças climáticas acredita que o aquecimento global provocado pelas atividades humanas já começou a afetar alguns aspectos de nosso clima.

Site co msn.verde clique aq ^^

ISSO É UM ABSURDO!!! Reserva legal em terras do PA poderá ser reduzida

0,,21084779-FMM,00 Os donos de terras do oeste do Pará, na área de influência da BR-163 (Cuiabá/Santarém) e BR-230 (Transamazônica), poderão recompor as reservas legais em até 50% do tamanho da propriedade, e não mais em 80%, conforme decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra interina do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, publicado ontem no Diário Oficial da União.

A autorização para que a reserva legal seja reduzida foi recomendada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em junho do ano passado, tendo por base a Lei estadual número 7.243 de 2009, que fez o Zoneamento Ecológico-Econômico da área de influência da BR-163. O decreto assinado pelo presidente Lula ratificou a recomendação do Conama.

A redução na área da reserva legal de 80% para 50% nas propriedades da Amazônia tem recebido críticas das entidades ligadas ao meio ambiente. Elas afirmam que é a porta de entrada para aumentar o desmatamento na Amazônia. No entanto, é previsto pelo Código Florestal. Sempre que for aprovado o zoneamento, a reserva legal pode ser reduzida, desde que ouvidos ministérios envolvidos com o tema e o Conama.

O Zoneamento Ecológico-Econômico do oeste do Pará abrange 19 municípios. A área total deles é de 33 milhões de hectares, equivalente ao tamanho do Estado de São Paulo.

A partir de agora, na região será permitida a intensificação do uso do solo nas áreas desmatadas e a recuperação das áreas degradadas em até 50% do tamanho da propriedade. A principal atividade econômica dos municípios é a agropecuária.

Estudo apresentado pelo governo do Pará para o zoneamento, com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), diz que, com a recomposição de 50%, o setor produtivo passa de 4.744 km2 para 11.862 km2, incorporando 7.117 km2 (2,13% da área total). Assim, o total da área apto para sistemas de produção chega a 3,53% de toda a extensão de terras abrangidas pelo zoneamento.

O governo do Pará levou dois anos para fazer o zoneamento ecológico e econômico da BR-163, o que é algo inédito. O Acre, por exemplo, levou 14 anos para fazer o seu zoneamento e o Mato Grosso está há nove discutindo uma proposta.

A BR-163 atravessa a Amazônia Central, tida como uma das áreas mais importantes da região, tanto pelo potencial econômico, quanto pelas diversidades biológicas e riquezas naturais. Nela, estão representados os biomas Cerrado e Floresta Amazônica, e as grandes bacias hidrográficas dos rios Teles Pires, Tapajós, Xingu e Amazonas.

Os municípios abrangidos pelo zoneamento são Altamira, Anapu, Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilândia, Novo Progresso, Placas, Porto de Moz, Prainha, Rurópolis, Santarém, Senador José Porfírio, Trairão, Uruará e Vitória do Xingu.

Projeto que regula descarte de lixo passa na Câmara

poluiçao do amrlixao O projeto de lei que cria o marco regulatório sobre os resíduos sólidos foi aprovado no fim da noite de ontem pela Câmara dos Deputados, por acordo de líderes, sem a necessidade de votação nominal. A proposta, que agora segue para o Senado, cria o regime de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

De forma encadeada, serão responsáveis pelo destino do lixo fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos. Essa é a parte considerada mais inovadora do texto, pois todos serão responsáveis pelo destino final do produto e pelo cuidado com a preservação do meio ambiente.

Se transformada em lei, a proposta deverá mudar radicalmente a forma de recolhimento de garrafas plásticas (PET), latinhas, vidros, papel de picolé e todo o tipo de embalagens. Governo e empresas poderão fazer acordos setoriais para estabelecer as formas de recolhimento das embalagens. A ideia é oferecer incentivos a quem utilizar as cooperativas de catadores de lixo.

O mesmo projeto de lei obriga os fabricantes e revendedores a recolherem os resíduos sólidos perigosos tanto à saúde quanto ao meio ambiente, como resíduos de agrotóxicos, pilhas de baterias, pneus, óleos lubrificantes, embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Reciclagem

A definição de um marco regulatório para os resíduos no Brasil deve fazer com que a reciclagem avance, especialmente a de aparelhos eletroeletrônicos. Por falta de lei nacional, parte da indústria relutou em desenvolver planos para lidar com esse lixo. "A lei nacional finalmente definirá um plano de ação para todo o País", diz André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).

Outra vantagem da política nacional de resíduos sólidos é que ela trará profissionalismo à indústria da reciclagem no País. Entre outros pontos, o projeto de lei prevê estímulos fiscais à atividade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

ATENÇÃO: Possível redução na atividade solar não conterá aquecimento

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Por Alister Doyle

OSLO (Reuters) - Uma redução na atividade solar equivalente à da "Pequena Era do Gelo" do século XVII causaria apenas uma pequena diminuição no ritmo do aquecimento global, indicou um estudo nesta quarta-feira.

Uma diminuição da atividade solar nos últimos anos, relacionada a um número menor de manchas solares, cortaria em no máximo 0,3 grau Celsius o aumento previsto das temperaturas até 2100, caso ela se transforme no longo "Grande Mínimo" de intensidade, afirmaram eles.

"A noção de que estamos nos dirigindo a uma nova Pequena Era do Gelo caso o Sol de fato tenha entrado num Grande Mínimo é errada," disse Georg Feulner, autor principal de um estudo do Instituto Postdam para Pesquisa sobre o Impacto do Clima, em um comunicado.

As temperaturas mundiais provavelmente subirão entre 3,7 e 4,5 graus Celsius até 2100, caso as emissões de gases-estufa continuem aumentando - muito mais que o impacto de mudanças conhecidas na atividade solar, informou o estudo.

O Sol passou por quatro Grandes Mínimos desde o século XIII, incluindo o Mínimo de Maunder, de 1645 e 1715, que se sobrepôs à Pequena Era do Gelo. O Rio Tâmisa congelou em Londres, por exemplo, entre 1683 e 1684.

As temperaturas mundiais aumentaram 0,7 grau Celsius desde que a Revolução Industrial levou ao maior uso de combustíveis fósseis, que liberam gases-estufa quando queimados, de acordo com um painel da Organização das Nações Unidas de cientistas que estudam o clima.

China questiona causa do aquecimento;mas defende cortar emissões

poluicaoatmosferica01 Por Emma Graham-Harrison

PEQUIM (Reuters) - O negociador da China para questões climáticas disse nesta quarta-feira que a causa do aquecimento global ainda não está clara, mas os problemas decorrentes são tão graves que o mundo deve agir de qualquer maneira para reduzir as emissões dos gases-estufa.

Xie Zhenhua, vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional, também alertou os Estados Unidos de que não deveriam usar divergências nacionais sobre as mudanças climáticas como uma desculpa para repassar suas responsabilidades a outros países.

"Há ainda dois pontos de vistas diferentes no campo científico sobre a causa do aquecimento", disse Xie em coletiva de imprensa durante a sessão anual do parlamento chinês.

"Atualmente... a visão mais comum é que a combustão de grandes quantidades de combustíveis fósseis durante o processo de industrialização causou um aumento dos gases-estufa, o que causou o aquecimento global", disse.

"Outro ponto de vista sustenta que a principal razão são mudanças naturais no ambiente. Há um ponto de vista ainda mais extremo, de que a influência humana nas mudanças da natureza só pode ser minúscula", acrescentou.

A convicção pública dos riscos do aquecimento global pode ter sido prejudicada pelo reconhecimento de dois erros pelo painel climático da ONU e divulgação de e-mails de cientistas criticando os céticos.

Mas o Painel Intergovernamental da ONU para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) defendeu sua principal descoberta de 2007. O órgão afirmou estar 90 por cento certo de que as atividades humanas foram a causa principal do aquecimento global nos últimos 50 anos.

Xie deixou claro que Pequim não tem intenção de recuar em seus compromissos ambiciosos de um crescimento mais limpo, visto como vital para a segurança energética e crescimento, bem como no combate ao aquecimento.

ENTREVISTA-Nova parceria climática pode proteger florestas

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Por Alister Doyle

OSLO (Reuters) - Vários governos devem buscar em 2010 uma nova parceria climática para proteger florestas tropicais com verbas geridas pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial ou canais bilaterais, disse à Reuters nesta terça-feira o ministro norueguês de Meio Ambiente, Erik Solheim.

"A ideia é estabelecer uma parceria com todos que quiserem ser incluídos. Estará aberto a todos, mesmo se você não contribuir com um único dólar, mesmo que você não tenha uma única árvore", disse ele, acrescentando que esse esquema ajudaria a reforçar as negociações da ONU sobre um acordo contra o desmatamento.

Na quinta-feira, acontece na França uma reunião ministerial para discutir a questão das florestas, e um encontro de prosseguimento terá lugar em maio na Noruega, para manter as discussões sobre o combate à mudança climática depois da conferência da ONU em dezembro em Copenhague.

Da Amazônia à bacia do Congo, estima-se que o desmatamento represente cerca de 20 por cento das emissões humanas de gases do efeito estufa. As plantas absorvem dióxido de carbono ao crescerem, e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.

A Noruega, que graças à exportação de petróleo é um dos países mais ricos do mundo, anunciou em 2007 que iria ceder meio bilhão de dólares por ano para proteger florestas em países em desenvolvimento.

Solheim afirmou que entre os planos a serem discutidos pelos doadores estará a promessa feita em Copenhague por Estados Unidos, Austrália, França, Japão, Grã-Bretanha e Noruega para oferecer 3,5 bilhões de dólares entre 2010 e 2012 para salvar as florestas. A verba norueguesa se refere a promessas já existentes.

BANCO MUNDIAL

Questionado sobre como os 3,5 bilhões de dólares seriam gastos, Solheim afirmou: "O dinheiro está sob o controle nacional de cada governo, mas queremos estabelecer mecanismos na ONU e no Banco Mundial sobre como usar o dinheiro."

"Acho que será uma mistura de acordos bilaterais do tipo que temos (...), e também esquemas globais dentro da ONU e do Banco Mundial."

Os planos bilaterais da Noruega para a proteção florestal incluem a concessão de 1 bilhão de dólares para o Brasil no período 2008-15, até 280 milhões de dólares para a Guiana de 2010-15, e 83 milhões de dólares para a Tanzânia. Cada um desses esquemas inclui contrapartidas relativas ao desempenho do país receptor.

Para o ministro, a mobilização das verbas será uma forma de gerar confiança entre os países ricos e pobres, depois que a conferência de Copenhague terminou sem um tratado de cumprimento obrigatório.

A discussão sobre tal tratado continuará até o fim do ano, quando ocorre uma nova conferência climática da ONU, desta vez no México.

Segundo Solheim, há um amplo consenso sobre a necessidade de proteger as florestas, e seria possível replicar o modelo em outras áreas, como tecnologia, adaptação climática e sistemas de monitoramento e verificação de reduções de emissões de gases do efeito estufa.

domingo, 7 de março de 2010

Estudo reforça tese de influência humana nas mudanças climáticas

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Um relatório do centro de estudos britânico sobre o clima Met Office afirma que há cada vez mais provas de que o aquecimento global é provocado por atividades humanas.

A conclusão é fruto da análise de 110 novos estudos sobre o clima e foi divulgada nesta sexta-feira pela publicação especializada Wiley Interdisciplinary Reviews Climate Change Journal.

A revisão dos trabalhos, apresentada pela equipe do cientista Peter Stott, do Met Office, confirma as conclusões do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que em 2007 já dizia que o aquecimento global é "inequívoco" e que "muito provavelmente" - o que no jargão do IPCC significa com 90% de probabilidades - é provocado por atividades humanas.

De lá para cá, novos estudos foram publicados confirmando esta hipótese e só devem ser avaliados pelo IPCC, um grupo de mais de 1,2 mil cientistas de vários países, no seu próprio relatório do órgão, que está começando a ser elaborado, mas só deve ser publicado a partir de 2013.

Extremos

Todos os estudos avaliados pela equipe do Met Office buscavam traçar a relação entre atividades humanas e aquecimento global.

Os campos estudados tratavam do aumento da temperatura atmosférica sobre todos os continentes, inclusive a Antártida; o aumento global da temperatura atmosférica; o aumento na umidade atmosférica e na precipitação; mudanças nos padrões de chuvas em regiões tropicais e nos polos; a aceleração do derretimento do gelo no Ártico e o aumento da salinidade do Oceano Atlântico.

De acordo com Stott, este é o primeiro estudo que análise em detalhes as diversas disciplinas que mostram como o sistema climático está mudando.

"Todos estes diferentes aspectos estão se somando para um quadro dos efeitos da influência humana sobre o nosso clima", explicou.

Os especialistas do Met Office dizem, no entanto, que é mais difícil encontrar uma relação sólida entre mudança climática e condições climáticas extremas isoladas, mesmo se os modelos climáticos preveem que isso deve acontecer com frequência cada vez maior.

"Extremos representam um desafio especial, já que eventos raros são, por definição, mal registrados nas séries históricas, e muitos desafios permanecem sobre como atribuir mudanças regionais a eventos como secas, enchentes e furacões."

Desde o fim do ano passado, os chamados céticos - que se recusam a aceitar que o aquecimento global é provocado pela humanidade - vêm bombardeando a tese defendida pela grande maioria dos especialistas nos campos envolvidos.

O professor Stott negou, no entanto, que o seu mais recente trabalho faça parte de um contra-ataque da comunidade científica.

"Começamos a trabalhar neste estudo há um ano. Acho importante comunicar às pessoas o que a ciência está descobrindo e é sobre isso que falamos neste documento", afirmou.

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sábado, 6 de março de 2010

Frio na Europa e EUA não desmente aquecimento, dizem cientistas

9CC28402C629FA28413EC7C70ED Por David Fogarty

CINGAPURA (Reuters) - O avanço do aquecimento global permanece incólume, disseram cientistas nesta quinta-feira, apesar das impressionantes imagens recentes da Europa e dos Estados Unidos paralisados pelo gelo.

O frio intenso no Hemisfério Norte -- com previsão de se manter durante março em parte dos EUA -- levou alguns a questionarem se o aquecimento global teria parado. Entender a tendência climática geral é crucial para as estimativas sobre consumo energético e produção agrícola, por exemplo.

"(O mundo) não está se aquecendo por igual em todo lugar, mas é realmente bastante desafiador encontrar lugares que não se aqueceram nos últimos 50 anos", disse o veterano climatologista australiano Neville Nichols numa entrevista coletiva online.

"Janeiro, segundo os satélites, foi o janeiro mais quente que já vimos", disse Nicholls, da Escola de Geografia e Ciência Ambiental da Universidade Monash, de Melbourne.

"O último novembro foi o novembro mais quente que já vimos, novembro-janeiro como um todo foi o novembro-janeiro mais quente que o mundo já viu", disse ele, citando dados registrados desde 1979 por satélites.

A Organização Meteorológica Mundial disse em dezembro que o período de 2000-09 foi a década mais quente desde o início dos registros, em 1850, e que 2009 deve ser o quinto ano mais quente da história. Oito dos dez anos mais quentes ocorreram desde 2000.

O UK Met Office, departamento de meteorologia do governo britânico, disse que invernos rigorosos como o deste ano -- um dos mais frios nas últimas três décadas -- podem se tornar cada vez mais raros por causa da mudança climática global.

Cientistas dizem que o aquecimento global não é uniforme, e que os modelos climáticos preveem maiores extremos de frio e calor, secas e inundações.

"O aquecimento global é uma tendência superposta à variabilidade natural, à variabilidade que ainda existe apesar do aquecimento global", disse Kevin Walsh, professor- associado de Meteorologia na Universidade de Melbourne.

"Seria muito mais surpreendente se a temperatura média global continuasse subindo, ano após ano, sem alguns anos de temperaturas ligeiramente mais frias," disse ele em resposta por escrito aos jornalistas.

Desmatamento na caatinga chega a 45,39%, diz ministério

caatinga BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil já desmatou quase a metade da caatinga, um índice alto considerando-se que a região é a mais vulnerável do país aos efeitos das mudanças climáticas, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Ministério do Meio Ambiente.

Até 2008, 45,39 por cento do total de 826.411 quilômetros quadrados de mata original já havia sido devastado. Bahia e Ceará lideram o ranking dos Estados que mais desmataram.

Dados do monitoramento do desmatamento no bioma realizado entre 2002 e 2008 revelam que, neste período, o território devastado foi de 16.576 quilômetros quadrados, o equivalente a 2 por cento de toda a caatinga.

Grande parte do desmatamento é causada pelo uso da mata para a produção de carvão e lenha, além do uso para atividades agropecuárias.

"O principal fator de desmatamento da caatinga é energético, é conversão de mata nativa em lenha e carvão", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a jornalistas.

Segundo Minc, grande parte do carvão vai para siderúrgicas de Minas Gerais e do Espírito Santo, mas também para o polo gesseiro do Nordeste, para o polo de cerâmica e várias pequenas e médias indústrias que usam lenha e carvão.

"Não haverá solução para a defesa da caatinga sem mudar a matriz energética", disse Minc, acrescentando que é fundamental apresentar alternativas energéticas para a região, como matrizes eólicas e de gás natural, a fim de reduzir a forte tendência de desertificação na área.

Considerado o único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga é encontrada em cerca de 11 por cento do país e é a principal vegetação existente na Região Nordeste.

De acordo com Minc, o ministério passará a monitorar o bioma em razão da riqueza da biodiversidade e da preocupação com os impactos das mudanças climáticas na região.

O ministro explicou que o padrão de desmatamento da caatinga é completamente diferente daquele encontrado na Amazônia e no Cerrado, pois ocorre de forma pulverizada.

Os números apresentados pelo ministério são parte do processo de implementação do Plano de Controle do Desmatamento da Caatinga, que deve ser lançado na quarta-feira simultaneamente em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

O prazo para que o plano entre em vigor vai até o próximo dia 28 de abril, quando se celebra o Dia da Caatinga.

O ministro antecipou ainda que será lançado o Fundo Caatinga, de caráter privado, que será gerido pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

O fundo proverá recursos para projetos de combate à desertificação e promoção da conservação e do uso sustentável dos recursos do bioma. Também devem ser divulgadas 25 operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para combater o desmatamento na região.

(Reportagem de Bruno Peres)

Proteger baleias combate efeito estufa, dizem cientistas

Proteger baleias combate efeito estufa, dizem cientistas

"Baleia Azul (arquivo)"

Cientistas dos Estados Unidos disseram que proteger as baleias pode evitar que milhões de toneladas de gás carbônico acabem indo parar na atmosfera, o que intensifica o efeito estufa.

Segundo os estudiosos da Universidade do Maine, um século de caça às baleias no mundo pode ter liberado para a atmosfera mais de 100 milhões de toneladas de gás carbônico.

As baleias estocam este gás em seus corpos gigantescos e, quando são mortas, grande parte da substância pode ser liberada.

Para o cientista Andrew Pershing, que calculou a estimativa, baleias são as "florestas do oceano" e protegê-las pode ter impacto semelhante ao de programas de reflorestamento.

"Baleias, como qualquer animal ou planta do planeta, são feitas de muito carbono. E quando você mata e remove uma baleia do oceano, está removendo gás carbônico deste sistema de estocagem e possivelmente enviando para a atmosfera", disse.

Lâmpadas

Pershing destaca que, principalmente no início da caça à baleia, os animais eram fonte de óleo para lâmpadas, que era queimado e liberava o gás carbônico diretamente na atmosfera.

Para conseguir chegar à estimativa de emissões causadas pela caça à baleia, o cientista e sua equipe do Instituto de Pesquisas do Golfo do Maine calcularam a capacidade anual de estocagem de gás carbônico dos cetáceos, enquanto elas cresciam.

Em seus cálculos iniciais, a equipe estimou que cem anos de caça liberou uma quantidade de gás carbônico equivalente à queima de 130 mil quilômetros quadrados de florestas temperadas.

Pershing destacou que esta quantidade ainda é relativamente pequena quando comparada aos bilhões de toneladas de gás carbônico produzidas pela atividade humana a cada ano.

Programa de reflorestamento

Pershing acrescentou que simplesmente deixar grandes grupos de baleias crescerem, pode "sequestrar" o gás de efeito estufa em quantidades que podem ser comparadas às de alguns programas de reflorestamento que ganham e vendem créditos de carbono.

"Quando as baleias morrem (de causas naturais), seus corpos afundam, então elas levam o gás carbônico para o fundo do oceano", disse. "Se o lugar onde elas morrem é fundo o bastante, será estocado fora da atmosfera, talvez por centenas de anos."

O cientista sugeriu ainda que um sistema parecido de créditos de carbono pode ser aplicado a baleias para proteger e aumentar os números destas populações.

"Você poderia usar estes créditos como um incentivo para reduzir a pesca ou promover a conservação de algumas destas espécies", acrescentou, afirmando que a ideia dos créditos de carbono pode ser aplicada também a outros animais marinhos como tubarões brancos e atum.

Os pesquisadores da Universidade do Maine revelaram suas estimativas de liberação de carbono pela caça às baleias na reunião Ciências do Oceano, em Portland, Estados Unidos.

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