terça-feira, 8 de junho de 2010

ONU não crê em metas fortes para redução de emissões


O chefe de mudanças climáticas das Nações Unidas, Yvo de Boer, admitiu ontem que não vê o progresso da negociação entre 194 países chegar, na próxima década, a metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global.
"Não vejo esse processo entregando metas de mitigação na próxima década. Mas vejo isso ocorrendo um dia", disse o secretário executivo da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC). A declaração pessimista foi dada em Bonn, na Alemanha, onde ocorre uma reunião preparatória para a Conferência do Clima da ONU em Cancún, no México, no fim do ano - a COP-16.
O holandês está a menos de um mês de deixar o cargo, que será ocupado pela costa-riquenha Christiana Figueres. Recentemente, Boer afirmou que não tem esperanças de que um acordo forte, com validade jurídica, seja assinado em Cancún neste ano. As afirmações irritaram os mexicanos, que dizem ter altas expectativas para o encontro.
A primeira fase de compromisso do Protocolo de Kyoto, em que os países ricos decidiram cortar 5% das emissões, acaba em 2012. E ainda não existe outro tratado com metas para ser colocado em seu lugar ou dar continuidade a ele.
A ambição para um segundo compromisso está baixa: as metas de corte mencionadas até agora ficam entre 13% e 15% até 2020, segundo Boer. O ideal, de acordo com cientistas do Painel do Clima da ONU, é algo entre 25% e 40% até 2020. A Noruega é o único país com proposta de reduzir em 40% suas emissões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Guia da construção verde: Paisagismo sustentável



Tão importante quanto pensar na parte de dentro de uma construção é pensar no lado de fora. Nessas horas entra em cena a ação de paisagistas e arquitetos dispostos a deixar o seu jardim e área de lazer mais bonita, útil e prazerosa para todos da família.
Se você está passando por essa etapa, é importante prestar atenção na sustentabilidade dessa área de casa e nas medidas que podem ser tomadas para reduzir a pegada ambiental da área verde e recreativa.
Planejamento
Para a engenheira civil e mestra em engenharia civil e ambiental, Maria Isabel Mota, paisagismo sustentável é aquele que se adapta à realidade onde vai ser inserido. "Uma realidade composta não só pela vegetação, mas também pela fauna, solo, clima e todos os demais fatores", diz.
Por isso, antes de sair plantando mudas aleatórias em toda a área externa da casa, é importante fazer o planejamento do que vai ser aquele local; qual será a(s) utilidade(s) da área, como ela será distribuída e qual será o desdobramento dela no futuro.
"A primeira coisa a fazer é definir as áreas de lazer. Terá uma churrasqueira? Piscina? Área de jogos? A depender das atividades é possível dimensionar o projeto, determinar quais as plantas rasteiras poderão ser usadas, onde colocar árvores que darão sombras, quais espécies vão melhor se adaptar àquela realidade, etc", afirma.
Espécies nativas
Um dos pontos mais importantes na hora de planejar sua área de lazer é avaliar quais espécies de plantas são mais adequadas para aquela região. Plantas nativas são as mais indicadas, garante a engenheira.
"Se a região for escassa de água, não adianta plantar uma bromélia porque ela não terá disponibilidade de água e irá sofrer com isso. A mesma coisa para uma planta sensível, você não poderá plantá-la em um local com muita chuva porque ela ficará encharcada e não conseguirá sobreviver", alerta.
Assim, Isabel aconselha deixar de lado plantas exóticas e que precisarão de mais cuidados de rega e jardinagem. "Você deve adequar a planta à realidade do local, e as espécies nativas são as mais indicadas para isso, já que essas plantas de auto-sustentam", diz.
Com isso, o dono da casa poupa não apenas trabalho e despesas com equipamentos e produtos de jardinagem, mas também consegue reduzir os gastos com água em até 30%. "O consumo de água irá diminuir já que a demanda de uma espécie nativa é menor que a de uma espécie de outra região, já que a água disponível ali é apropriada para ela".
Gramínias não nativas também devem ser evitadas, aconselha. Essas plantas exigem um grande volume de água e gastos com manutenção. Espécies nativas tolerantes a períodos de seca, composições arbustivas, coberturas vegetais e espécies perenes podem ser boas opção de substituição.
Reutilização da água da chuva e de outras áreas da casa, rega por gotejamento e no período da manhã também ajudam a diminuir o consumo de água nessa parte da casa.
Decoração sustentável
Já na hora de escolher a decoração dessa área, a palavra é criatividade. "Utilizar componentes da própria demolição na construção do deck, fazer painéis com madeira reutilizada e jardins verticais com garrafas PET são formas de adaptar o paisagismo ao cenário local e minimizar os impactos que ele teria no meio ambiente", afirma Isabel.
A boa notícia é que a opção sustentável pode ser ainda mais barata que um projeto de paisagismo tradicional. "As espécies nativas são de fácil acesso, elas se proliferam rapidamente na região e você pode pegar uma muda na casa do vozinho ou de um amigo, é muito mais barato que comprar espécies exóticas para decorar seu jardim", diz.
Portanto, converse com seu arquiteto e veja qual a melhor opção para deixar o seu jardim mais sustentável.

Dia Mundial do Meio Ambiente é lembrado em meio a desastre ecológico


Dia Mundial do Meio Ambiente é lembrado em meio a desastre ecológico
redação UrbanPost
de São Paulo
“Muitas espécies. Um planeta. Um futuro”. Esse é o slogan que marca o Dia Mundial do Meio Ambiente, que é comemorado em 5 de junho. A preocupação com a vida selvagem tem como objetivo reforçar a reflexão sobre o Ano Internacional da Biodiversidade, celebrado em 2010.
Um acordo assinado numa conferência mundial em Johannesburgo em 2002 previa o comprometimento das principais nações do planeta em reduzir em 90% o número de espécies ameaçadas de extinção em 8 anos. Nenhum país conseguiu cumprir a meta – atualmente milhares de espécies estão ameaçadas de extinção – quase 300 delas apenas no Brasil. Contribuem para este quadro deplorável a exploração comercial, expansão populacional desordenada e desastres ambientais – o vazamento de petróleo no Golfo do México, fora de controle desde abril, é a maior catástrofe ambiental da história, com a morte de milhões de animais, entre aves e espécies marinhas nos Estados Unidos.
O Dia Mundial do Meio Ambiente tem suas ações concentradas em Ruanda, na África, país que luta para preservar sua excepcional fauna da extinção, que conta com 50 espécies ameaçadas. No mundo todo serão realizados eventos, concertos e palestras para celebrar a data. Em São Paulo, o Parque Villa Lobos e o Jardim Botânico prepararam programação especial para a data.
O dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, durante a Conferência Mundial do Clima em Estocolmo, para estimular ações mundiais para preservação da fauna e da flora.

BP inicia nova operação contra vazamento; ações voltam a cair


Por Ed Stoddard
VENICE, Estados Unidos (Reuters) - A empresa petroleira britânica BP realizava na quarta-feira uma nova tentativa de deter o vazamento de petróleo que jorra no fundo do golfo do México, enquanto suas ações voltaram a cair, com a notícia de que o governo dos EUA faria uma investigação criminal e civil sobre o acidente.
Após o fracasso da sua tentativa de "sufocar" o vazamento com lama, a empresa agora tentará bombear parte do petróleo usando, primeiro, robôs submarinos para serrar o que restou da tubulação danificada do poço em alto-mar. Depois disso, baixará uma cúpula de contenção sobre o que sobrou do aparato na boca do poço.
A tentativa de conserto na realidade aumenta o fluxo de petróleo ao menos temporariamente antes que o vazamento possa ser contido.
O vazamento começou em 20 de abril, quando uma plataforma de perfuração que estava sobre o poço explodiu e afundou, deixando 11 mortos. Esse já é o pior vazamento de petróleo na história dos EUA, superando o acidente de 1989 com o navio Exxon Valdez no Alasca. Os milhões de litros de óleo já derramados no golfo do México estão causando graves prejuízos ambientais e econômicos.
O FBI e outros órgãos estão investigando o vazamento. "Se encontrarmos evidências de comportamento ilegal, seremos incisivos em nossa resposta," disse o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, na terça-feira, após reunião com procuradores federais e estaduais em Nova Orleans.
A BP prometeu cooperar com as investigações.
As ações da empresa continuam despencando. Na Europa, elas abriram a quarta-feira em queda de 2,4 por cento, após caírem outros 13,1 por cento na véspera. Desde o início da crise, a empresa já perdeu mais de um terço do seu valor de mercado (cerca de 67 bilhões de dólares).
"Houve uma fuga aguda durante a noite nos EUA com a notícia da investigação criminal e civil dos EUA," disse Will Hedden, operador da IG Index. "Estamos ficando alinhados com o movimento de venda (das ações da BP) nos EUA."
Uma fonte da empresa disse, sob anonimato, que as operações submarinas para serrar a tubulação começaram na noite de terça-feira. A finalidade da cúpula de contenção é captar boa parte do petróleo e conduzi-lo a um navio-tanque na superfície, a 1,6 quilômetro de distância.
(Reportagem adicional de Kristen Hays e Chris Baltimore em Houston, Jeremy Pelofsky e Matt Spetalnick em Washington, e Joanne Frearson em Londres)

Desmatamento no Pantanal atinge 2,82% da área em sete anos






SÃO PAULO (Reuters) - O Pantanal, bioma localizado nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, registrou desmatamento de 2,82 por cento de sua área de 151.313 quilômetros quadrados em sete anos, informou nesta segunda-feira o Ministério do Meio Ambiente.
O Pantanal perdeu 4.279 quilômetros quadrados entre 2002 e 2008, a uma taxa anual de desmatamento de 713 quilômetros quadrados, ou 0,47 por cento, segundo os Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter/Inpe) apresentados pelo ministério no primeiro levantamento recente do bioma.
Entre as principais causas apontadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estão a produção de carvão vegetal, a expansão de áreas para pastagem e o avanço na área de investidores externos. O Centro-Oeste é uma das principais regiões de produção agrícola e pecuária do país.
O Pantanal foi a segunda região mais atingida pelo desmatamento quando comparado a outros três biomas. Proporcionalmente, o Cerrado teve índice de desmate de 4,17 por cento, seguido de Pantanal, Amazônia (2,54%) e Caatinga (2,01%). Os números do Pampa e da Mata Atlântica ainda devem ser apresentados pelo ministério.
O levantamento revelou ainda que Mato Grosso do Sul, que representa 40 por cento da área total do Pantanal, desmatou 3,1 por cento de sua área de 89.826 quilômetros quadrados do bioma, enquanto o Mato Grosso, com total de 60.831 quilômetros quadrados, foi responsável por 2,4 por cento.
Os cinco dos 26 municípios que mais contribuíram para a destruição do Pantanal foram Corumbá (MS), Aquidauana (MS), Cáceres (MT), Santo Antônio do Leverger (MT) e Rio Verde de Mato Grosso (MS). As emissões anuais médias de dióxido de carbono associadas ao desmatamento no período foram de 16 milhões de toneladas, informou o ministério.
A ministra acredita que uma das soluções para conter o desmatamento pode ser a criação de unidades de conservação na região, apesar de faltarem estudos detalhados do governo federal para isso, ela disse.
"O Pantanal é uma área de alta sensibilidade ambiental e muitos dos proprietários de terra preferem eles mesmos declarar suas reservas particulares como reservas naturais", afirmou ela.
CAI DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
O desmatamento na Amazônia caiu 48 por cento entre agosto de 2009 e abril de 2010, quando houve redução de 1.455 quilômetros quadrados, em relação ao mesmo período anterior, quando o desmatamento atingiu uma área de 2.835 quilômetros quadrados.
Porém, março e abril deste ano foram responsáveis pelo desmatamento de 104 quilômetros quadrados de floresta, 49 quilômetros quadrados superior aos mesmos meses do ano passado, quando foram desmatados 55 quilômetros quadrados de floresta.
A ministra atribui o aumento do desmate no período à redução da quantidade de nuvens que cobriam a região amazônica. Ela disse que até agora neste ano, a visibilidade da floresta era cerca de 25 por cento maior que a do ano passado.
"À primeira vista, esse é o principal fator do aumento dos números. Não registramos nenhuma pressão nova, nenhum fator novo que pudesse provocar um aumento do desmate na região", explicou.
O bioma da Amazônia tem área total de 4,2 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 48,1 por cento do território brasileiro, e abrange os Estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima e algumas partes do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
(Reportagem de Bruno Marfinati)