terça-feira, 8 de junho de 2010

Guia da construção verde: Paisagismo sustentável



Tão importante quanto pensar na parte de dentro de uma construção é pensar no lado de fora. Nessas horas entra em cena a ação de paisagistas e arquitetos dispostos a deixar o seu jardim e área de lazer mais bonita, útil e prazerosa para todos da família.
Se você está passando por essa etapa, é importante prestar atenção na sustentabilidade dessa área de casa e nas medidas que podem ser tomadas para reduzir a pegada ambiental da área verde e recreativa.
Planejamento
Para a engenheira civil e mestra em engenharia civil e ambiental, Maria Isabel Mota, paisagismo sustentável é aquele que se adapta à realidade onde vai ser inserido. "Uma realidade composta não só pela vegetação, mas também pela fauna, solo, clima e todos os demais fatores", diz.
Por isso, antes de sair plantando mudas aleatórias em toda a área externa da casa, é importante fazer o planejamento do que vai ser aquele local; qual será a(s) utilidade(s) da área, como ela será distribuída e qual será o desdobramento dela no futuro.
"A primeira coisa a fazer é definir as áreas de lazer. Terá uma churrasqueira? Piscina? Área de jogos? A depender das atividades é possível dimensionar o projeto, determinar quais as plantas rasteiras poderão ser usadas, onde colocar árvores que darão sombras, quais espécies vão melhor se adaptar àquela realidade, etc", afirma.
Espécies nativas
Um dos pontos mais importantes na hora de planejar sua área de lazer é avaliar quais espécies de plantas são mais adequadas para aquela região. Plantas nativas são as mais indicadas, garante a engenheira.
"Se a região for escassa de água, não adianta plantar uma bromélia porque ela não terá disponibilidade de água e irá sofrer com isso. A mesma coisa para uma planta sensível, você não poderá plantá-la em um local com muita chuva porque ela ficará encharcada e não conseguirá sobreviver", alerta.
Assim, Isabel aconselha deixar de lado plantas exóticas e que precisarão de mais cuidados de rega e jardinagem. "Você deve adequar a planta à realidade do local, e as espécies nativas são as mais indicadas para isso, já que essas plantas de auto-sustentam", diz.
Com isso, o dono da casa poupa não apenas trabalho e despesas com equipamentos e produtos de jardinagem, mas também consegue reduzir os gastos com água em até 30%. "O consumo de água irá diminuir já que a demanda de uma espécie nativa é menor que a de uma espécie de outra região, já que a água disponível ali é apropriada para ela".
Gramínias não nativas também devem ser evitadas, aconselha. Essas plantas exigem um grande volume de água e gastos com manutenção. Espécies nativas tolerantes a períodos de seca, composições arbustivas, coberturas vegetais e espécies perenes podem ser boas opção de substituição.
Reutilização da água da chuva e de outras áreas da casa, rega por gotejamento e no período da manhã também ajudam a diminuir o consumo de água nessa parte da casa.
Decoração sustentável
Já na hora de escolher a decoração dessa área, a palavra é criatividade. "Utilizar componentes da própria demolição na construção do deck, fazer painéis com madeira reutilizada e jardins verticais com garrafas PET são formas de adaptar o paisagismo ao cenário local e minimizar os impactos que ele teria no meio ambiente", afirma Isabel.
A boa notícia é que a opção sustentável pode ser ainda mais barata que um projeto de paisagismo tradicional. "As espécies nativas são de fácil acesso, elas se proliferam rapidamente na região e você pode pegar uma muda na casa do vozinho ou de um amigo, é muito mais barato que comprar espécies exóticas para decorar seu jardim", diz.
Portanto, converse com seu arquiteto e veja qual a melhor opção para deixar o seu jardim mais sustentável.

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