quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Projeto espanhol tenta salvar lince da extinção

 

O Projeto Lince Ibérico na Espanha comemora o sucesso do programa de reprodução em cativeiro e já planeja a reintrodução de alguns felinos à natureza.

O animal é classificado como o felino mais ameaçado do planeta.

Cientistas monitoram os animais 24 horas por dia, e o projeto está dando resultados. Só neste ano, nasceram sete filhotes.

Os pesquisadores afirmam que estão otimistas sobre a possibilidade de retirar o lince ibérico da lista de animais ameaçados com a reintrodução deles na natureza.

Coleiras de rádio

Os poucos linces que sobrevivem em liberdade são monitorados por sinais de rádio emitidos por coleiras especiais.

Observando como os linces soltos se comportam, os cientistas esperam poder traçar a melhor estratégia para reintroduzi-los.

O maior desafio é encontrar territórios em que os felinos possam viver sem serem incomodados por humanos.

Um lince com filhotes chega a caçar cinco coelhos por dia. Para isso, precisa do espaço selvagem - cada vez mais raro na Espanha.

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tsunami mata ao menos 100 na Indonésia; centenas desaparecidos

Por Sunanda Creagh e Telly Nathalia

JACARTA (Reuters) - Um tsunami que atingiu as ilhas remotas no oeste da Indonésia matou mais de 100 pessoas e centenas estão desaparecidas, disseram autoridades nesta terça-feira.

A catástrofe ocorreu após um terremoto de magnitude 7,5, na noite de segunda-feira. O epicentro do tremor foi situado 78 quilômetros a oeste de Pagai do Sul, nas ilhas Mentawai, que ficam próximas à ilha de Sumatra.

No vilarejo litorâneo de Betu Monga, a maioria das casas foi destruída, segundo um funcionário regional do Departamento de Pesca.

"Das 200 pessoas que vivem no vilarejo, só 40 foram encontradas; 160 ainda estão desaparecidas, a maioria mulheres e crianças", disse à Reuters por telefone o funcionário Hardimansyah (que, como muitos indonésios, usa um só nome).

"Temos pessoas relatando ao posto de segurança daqui que não conseguiram segurar suas crianças, que elas foram arrastadas. Muita gente está chorando", acrescentou.

Segundo Hardimansyah, 80 por cento das casas foram danificadas na região, e há o risco de falta de alimentos.

Um barco de turismo com oito a dez australianos perdeu contato por rádio depois do terremoto, segundo autoridades da Austrália.

O resort Macaronis, frequentado por surfistas na ilha de Pagai do Norte, também sofreu grandes danos. Em nota, a empresa World Surfaris disse que o resort "experimentou um grau de devastação que o tornou inoperável".

Via Facebook, um surfista no local relatou que todos os chalés foram "varridos" pelo tsunami. No site Surfaid, um funcionário dessa organização de ajuda a surfistas disse que ondas de três metros atingiram o hotel, e que barcos explodiram após se chocarem uns contra os outros.

Esse funcionário, chamado Tom Plummer, afirmou que os ocupantes de uma embarcação foram atirados na selva e levaram mais de uma hora para encontrar o caminho de volta à praia. "Havia muitos destroços boiando na água, inclusive banquetas de bar e outras peças do mobiliário do Macaronis Resort", relatou ele.

Hendri Dori Satoko, chefe do governo regional na área afetada, afirmou à Metro TV que alguns dos 380 desaparecidos podem estar refugiados em áreas mais altas.

A polícia das ilhas Mentawai disse estar buscando os desaparecidos e montando postos de emergência.

"Estamos prevendo que as pessoas vão precisas de mantimentos e abrigo. A chuva está caindo muito forte, o vento está muito forte", disse o policial Ronald, na delegacia da localidade de Sikakap.

Mudjiarto, chefe da unidade de reação a desastres do Ministério da Saúde, disse à Reuters que dois corpos foram encontrados perto da ilha Sipora, e que várias pessoas continuam desaparecidas.

Na ilha de Pagai do Sul, as ondas penetraram cerca de 600 metros pelos vilarejos; em Pagai do Norte, o mar chegou a cobrir os telhados, segundo o relato dele.

Em dezembro de 2004, um terremoto de magnitude superior a 9 na costa de Sumatra, a algumas centenas de quilômetros do local do tremor de segunda-feira, causou o pior tsunami já registrado, que matou mais de 226 mil pessoas na Ásia e África.

(Reportagem adicional de Michael Perry em Sydney)

Vulcão Merapi entra em erupção na ilha indonésia de Java

 

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26 out (EFE).- O vulcão do monte Merapi, na ilha de Java, entrou nesta terça-feira em erupção, no meio da evacuação de milhares de habitantes.

As autoridades começaram na segunda-feira a evacuar 40 mil pessoas para estabelecer um raio de segurança de dez quilômetros em torno da cratera da montanha, com 2.914 metros de altura do nível do mar. EFE

sábado, 16 de outubro de 2010

Relatório mostra que a Terra perdeu 30% da biodiversidade nos últimos 40 anos

Relatório mostra que a Terra perdeu 30% da biodiversidade nos últimos 40 anos

Os seres humanos estão consumindo 50% a mais de recursos naturais do que a Terra é capaz de fornecer. Como consequência, a biodiversidade do planeta diminuiu 30% nos últimos 40 anos. Essas são algumas das conclusões do Relatório Planeta Vivo 2010, divulgado nesta quarta-feira, 13 de outubro, pela WWF, em parceria com a Zoological Society of London e o Global Footprint Network.

Segundo o documento, um dos principais estudos sobre a saúde do planeta, a fauna e flora tropicais são as mais ameaçadas e estão em queda livre. Desde 1970, o número dessas populações caiu 60%. As espécies tropicais de água doce diminuíram 70% - uma percentagem maior que qualquer espécie terrestre ou marinha.

A pegada ecológica, outro dos indicadores utilizados no relatório, aponta que a nossa pressão sobre os recursos naturais duplicou desde 1996 e que estamos utilizando o equivalente a 1,5 planetas para suportar as nossas atividades. Nas últimas cinco décadas, as emissões de carbono cresceram 11 vezes.

Os Emirados Árabes Unidos lideram a lista dos países com maior pegada ecológica por habitante, seguido do Qatar, Dinamarca, Bélgica, Estados Unidos, Estónia, Canadá, Austrália, Kuwait e Irlanda. Já o Brasil possui a maior biocapacidade, seguido em ordem decrescente de China, Estados Unidos, Federação Russa, Índia, Canadá, Austrália, Indonésia, Argentina e França.

Os 31 países da OCDE (Organização para a Cooperação Econômica Europeia), que incluem as economias mais ricas do mundo, representam quase 40% da pegada global. Mais grave é que este número poderá piorar bastante nos próximos anos, se os BRIC seguirem um modelo de desenvolvimento semelhante ao dos países desenvolvidos, o que, segundo especialistas, deverá acontecer.

Consumo excessivo é o grande vilão

As causas do fenômeno são atribuídas a fatores como consumo desenfreado e aumento da demanda por recursos naturais. Se continuarmos vivendo da forma como estamos hoje, daqui a 20 anos será preciso dois planetas para manter a capacidade produtiva e satisfazer a nossa pressão sobre os recursos terrestres.

"Os países pobres, frequentemente tropicais, estão perdendo biodiversidade a uma velocidade muito alta", afirmou Jim Leape, diretor-geral da WWF Global. "Enquanto isso, o mundo desenvolvido vive em um falso paraíso, movido a consumo excessivo e altas emissões de carbono."

Para a presidente da WWF Internacional, Yolanda Kakabadse, a grande mensagem do relatório é mostrar que não é possível separar o crescimento do consumo da destruição do meio ambiente. "Não fizemos o suficiente para criar notoriedade sobre a importância da biodiversidade e não fizemos o suficiente para relacionar o nosso alto nível de consumo com a destruição da biodiversidade", afirma.

Foto: tiberiu_ghita (Flickr)

Casal constrói comunidade autossustentável em meio à floresta

Casal constrói comunidade autossustentável em meio à floresta

Ter uma casa na árvore é o sonho de muitas pessoas, inclusive era um desejo para o casal Erica e Matt Hogan. Depois de fazer um passeio pelas florestas da Costa Rica, ela teve vontade de ampliar esse sonho e construir não só uma casa, mas uma vila em meio às árvores. O marido topou a aventura, e juntos, construíram sozinhos uma verdadeira comunidade no meio da floresta.

Erica tinha vontade de morar perto da natureza depois que assistiu o filme Guerra nas Estrelas – O Retorno de Jedi. Depois de visitar a Costa Rica, ela confessou para o marido que ali seria o lugar ideal para colocar o sonho em prática. "É engraçado, a vila Ewok do filme aparece por poucos segundos em Star Wars, porém nos marcou muito" diz Matt no site oficial da comunidade.

Os dois deixaram seus empregos por um ideal e compraram uma propriedade na floresta tropical da Costa Rica. O casal passou quatro anos construindo o sonho de Erica: uma comunidade auto-suficiente no meio da floresta.

O começo não foi fácil. Matt teve que espantar caçadores selvagens de sua propriedade e ainda precisou andar armado, tendo que dormir muitos dias debaixo de uma lona. Ele ficou acampado em meio à floresta da Costa Rica, trabalhando 18 horas por dia entre cobras venenosas, escorpiões e deslizamentos de terra.

Erica só se juntos a ele depois do primeiro ano, morando a céu aberto e convivendo com mais 30 homens costarriquenhos, que foram contratados para ajudar. Mas era um sonho que estava ficando em pé. Eles estavam lá, trabalhando juntamente com seus funcionários, que agora são considerados parte da família.

Hoje em dia, a Finca BellaVista, com foi batizada a comunidade, é auto-suficiente energeticamente e vivem em meio a 300 acres de floresta tropical secundária. "De certa forma, este é o meu modo de alcançar o equilíbrio", diz Matt.

Para evitar o uso de transporte poluente, Matt desenvolveu um esquema de tirolesa. "Até mesmo os materiais da obra foram trazidos pelo sistema de cordas e cabos", diz. A comunidade possui 24 casas atualmente, mas o casal pretende expandir e construir mais 40 propriedades, a intenção é que 200 pessoas morem lá. O local escolhido pelos Hogan fica próximo a Parques Nacionais e praias desertas.

Parte das casas são equipadas com painéis solares, produzindo energia para carregar celulares, computadores e até mesmo se conectar à internet. Para tornar o local ainda mais sustentável, os idealizadores pretendem construir um sistema de geração de energia hidroelétrica na cachoeira da região.

Foto: Divulgação

domingo, 10 de outubro de 2010

Cientistas divulgam resultados do maior censo já feito da vida marinha

Cientistas divulgaram nesta segunda-feira os resultados do primeiro Censo da Vida Marinha - um estudo iniciado há dez anos que permitiu a descoberta de seis mil novas espécies em potencial.

O projeto internacional, que está ajudando a avaliar como a atividade humana está afetando ecossistemas marinhos antes inexplorados, envolveu mais de 2,7 mil pesquisadores de 80 países, que passaram 9 mil dias em ao menos 540 expedições nos mares.

As pesquisas geraram 2,6 mil trabalhos científicos e a maior compilação existente no mundo sobre a vida nos oceanos.

O estudo "definiu pela primeira vez tanto o que era conhecido como o que era desconhecido e inexplorado nos oceanos", disse Ian Poiner, presidente do comitê do censo.

"Toda a vida na superfície depende da vida nos oceanos. A vida marinha fornece metade do nosso oxigênio, muito da nossa alimentação e o controle do clima."

O recenseamento, iniciado no ano 2000, custou US$ 650 milhões e envolveu mais de 670 instituições globais, para tentar responder às questões: O que viveu nos oceanos? O que vive nos oceanos? O que viverá nos oceanos?

Segundo os estudiosos, das 6 mil novas espécies em potencial descobertas, 1,2 mil já foram descritas formalmente.

Mesmo assim, os cientistas do censo dizem que ainda é impossível estimar, com precisão, o número de espécies marinhas existentes.

BBC Brasil

 

 

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

 

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

O censo descobriu novas espécies, como este minúsculo ser, da espécie 'Ceratonotus steiningeri', encontrado a 5,4 mil metros de profundidade na costa da África em 2006.

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

Esta lesma marinha, descoberta no Japão, seria o único exemplar encontrado de uma nova espécie.

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

Ccientistas trabalhando nos projetos publicaram mais de 2,6 mil trabalhos. A espécie 'Vigtorniella Sp.' foi descoberta em uma carcassa de baleia no fundo do oceano, no Japão.

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

A coleta de milhões de espécimes levou a identificação de mais de 6 mil novas espécies em potencial, entre elas esta água-viva, comum abaixo dos mil metros de profundidade no Ártico.

 

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

O censo ajuda a avaliar como a atividade humana afeta os oceanos. Esta água-viva, da espécie 'Crossota norvegica', foi descoberta no Ártico canadense.

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

A foto mostra uma imagem de microscópio de um exemplar da espécie 'Protoperidinium pellucidum' encontrado em Sidney, na Austrália.

Dez anos de descobertas nos oceanos // BBC Brasil (BBC Brasil)

Esta foto mostra um exemplar da espécie 'Halgerda terramtuentiss' coletado perto do Havaí.

    Hungria teme agora segunda onda de lama tóxica

    Hungria teme agora segunda onda de lama tóxica

    "Vista aérea do reservatório rompido "

    Vilarejo de Kolontar foi o mais atingido pelo vazamento da segunda-feira

    As autoridades húngaras determinaram neste sábado a retirada dos moradores do vilarejo de Kolontar, após a descoberta de uma nova ruptura no reservatório de produtos tóxicos que arrebentou na segunda-feira.

    Pelo menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em consequência do vazamento da segunda-feira.

    O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse que é "muito provável" que um muro inteiro do reservatório caia, liberando uma nova onda de efluentes químicos.

    Orban prometeu ainda que os responsáveis pelo incidente enfrentarão "consequências muito sérias'.

    Queimaduras

    A liberação de cerca de 700 mil metros cúbicos de lama tóxica vermelha provocou ferimentos em cerca de 150 pessoas, a maioria com queimaduras.Os mortos se afogaram ou foram levados pela onda de lama em Kolontar na segunda-feira. O vilarejo é o mais próximo do reservatório, e deve ser novamente o mais atingido em caso de um novo vazamento.

    Na manhã deste sábado, cerca de 800 moradores foram levados a um ginásio de esportes e duas escolas em Ajka, a 8 quilômetros de distância.

    Precaução

    O porta-voz das equipes de resgate, Gyorgyi Tottos, disse que os novos danos ao reservatório são relativamente pequenos, mas que os moradores foram retirados dali como precaução.Porém o premiê, em uma entrevista no local, fez previsões mais alarmistas.

    "(O muro) Está em um estado muito ruim, e nossa estimativa é de que o muro caia", disse. "É muito provável que isso aconteça... Uma consequência é que vidas humanas podem estar em perigo."

    "Por trás desta tragédia, erros humanos existiram. Nós revelaremos tudo isso, e as consequências serão muito graves e duras, como vocês podem imaginar", disse Orban.

    Rios

    Nos últimos dias, moradores e trabalhadores das equipes de resgate trabalharam intensamente para retirar a maior parte da lama tóxica que danificou casas, ruas e plantações e poluiu fontes de água.

    A lama provocou a morte de todos os organismos presentes no rio Marcal, um afluente do rio Danúbio, o segundo maior da Europa.

    Os químicos chegaram ao Danúbio na quinta-feira, mas as autoridades húngaras disseram na sexta que o nível de pH no rio era "normal", reduzindo os temores de que ele pudesse ter sido significativamente poluído.

    As equipes de emergência vêm trabalhando para diluir o conteúdo alcalino do vazamento, adicionando grandes quantidades de lama e químicos ácidos nas águas dos rios Marcal e Raba.

    A companhia responsável pelo reservatório que rompeu, MAL Hungarian Aluminium Production and Trade Company, ofereceu suas condolências às famílias afetadas, mas nega responsabilidade sobre o incidente.

    A empresa disse que está colocando "todas as energias e os esforços" para resolver o problema e deu 110 mil euros (cerca de R$ 257 mil) até agora para ajudar na limpeza.

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    Número de mortos pela lama tóxica na Hungria sobe para sete

    Número de mortos pela lama tóxica na Hungria sobe para sete

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    Equipes vêm depositando lama e ácido para balancear as águas

    O governo da Hungria afirmou nesta sexta-feira que subiu de cinco para sete o número de mortos pela lama tóxica que vazou após um acidente industrial, ocorrido na segunda-feira. Três pessoas ainda estão desaparecidas.

    O encarregado das operações de emergência, Tibor Dobson, disse que dois corpos foram encontrados próximos à cidade de Devecser, no oeste do país.

    Pela manhã, o governo afirmou que não havia riscos de contaminhação do Rio Danúbio, o segundo mais longo da Europa, após a lama tóxica ter atingido suas águas na véspera.

    "Conseguimos mantê-lo (o lodo tóxico) na superfície, neutralizar este material extremamente perigoso", disse o ministro do Interior, Sandor Pinter, que afirmou que o pH da água por onde passou o material está diminuindo.

    "Começou com pH13, atingiu o Danúbio com pH9 e já diminuiu desde então", disse. A água é pH7 quando neutra, com níveis de segurança oscilando entre pH 6.5 e 8.5.

    Pinter disse ainda que o suprimento de água potável da região não foi afetado.

    Os governos de países onde também passa o Danúbio, Croácia, Sérvia e Romênia, estão monitorando a situação.

    Esforços

    Calcula-se que até um milhão de metros cúbicos de lama tóxica tenha transbordado de um reservatório na segunda-feira, destruindo casas e atingindo rios afluentes do Danúbio.

    Trabalhadores vêm desde então depositando grandes quantidades de barro e ácido no rio e seus afluentes para neutralizar a lama, de alto teor alcalino.

    A possibilidade de que toxinas evaporadas da lama se espalhem pelo ar preocupa as autoridades. A Hungria pediu ajuda para a União Europeia para lidar com o vazamento.

    O correspondente da BBC na Hungria Duncan Kennedy disse que, nos últimos dias, a chuva manteve a lama úmida mas o sol deve secar o material e criar nuvens de poeira que espalhará o material, incluindo talvez pequenas quantidades de material radioativo.

    Se isso ocorrer, diz ele, as autoridades vão decidir se evacuam mais áreas. O premiê húngaro, Viktor Orbán, chamou o vazamento de "tragédia ecológica" e confirmou que algumas áreas precisarão ser abandonadas.

    A empresa responsável pela fábrica onde ocorral o vazamento, MAL Hungarian Aluminium Production and Trade Company, disse estar usando todos os recursos para lidar com o problema.

    Viktor Orban/AP

    "Viktor Orban/AP"

    O premiê húngaro disse que muitas terras terão que ser abandonadas

    O incidente

    O vazamento ocorrido em um reservatório que abrigava os resíduos da usina química deixou mais de cem feridos e causou inúmeros prejuízos em vilarejos e povoados, além de danos à terras aráveis da região.

    Dobson disse que toda a vida no Marcal, um afluente do Danúbio, foi "extinta".

    Acredita-se que as vítimas tenham morrido afogadas já que o veloz fluxo da lama chegou a ter mais de 2 metros de profundidade em alguns lugares. Muitos dos feridos sofreram queimaduras.

    A lama é uma mistura de água com resíduos químicos da fábrica como óxido de alumínio e dióxido de silício, ambas substâncias que poderiam causar câncer.

    Um porta-voz do Greenpeace classificou o vazamento como "um dos três piores desastres ambientais europeus dos últimos 20 ou 30 anos".

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    Estudo aponta que 65% da biodiversidade dos rios está ameaçada

     

    Estudo aponta que 65% da biodiversidade dos rios está ameaçada

    Os recursos hídricos e a biodiversidade que eles abrigam em todo o mundo estão em crise, ameaçados pela ação humana. Cerca de 80% da população mundial está exposta a um grau elevado de escassez hídrica e 65% das espécies que vivem nos rios estão ameaçadas. Estas são as principais conclusões de um estudo publicado na edição da revista Nature que circula nesta quinta-feira, 30 de setembro.

    Segundo o trabalho desenvolvido por especialistas da Universidade da Cidade de Nova York e da Universidade de Wisconsin, além de sete outras instituições, os maus-tratos aos rios, que historicamente ordenaram a ocupação humana, custam aos países US$ 500 bilhões por ano em ações para remediar o problema. O estudo alerta ainda para a necessidade de uma gestão dos recursos hídricos que leve em consideração a proteção dos ecossistemas, em vez de apenas investir em despoluição, que é o modelo adotado pelos países ricos.

    "Os rios de todo o mundo estão realmente em crise, tanto nos países ricos e industrializados quanto nos países em desenvolvimento", afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo Peter McIntyre, professor de zoologia da Universidade de Wisconsin e um dos autores da pesquisa.

    Segundo o pesquisador, os países ricos sofrem tanto quanto os pobres com os efeitos da degradação dos rios, mas estão mais protegidos da escassez por causa dos investimentos pesados que fazem em tecnologias de tratamento. Cerca de 3,4 bilhões de pessoas nas nações em desenvolvimento estão sujeitas a escassez de água em razão do mau uso dos rios, como a construção excessiva de barragens e hidrelétricas, falta de saneamento, pesca predatória e poluição.

    Brasil

    O estudo mostra que a porção brasileira do Rio Amazonas ainda está bem preservada, em comparação à nascente, situada no Peru. "A maior parte do Amazonas está sob risco moderado, porque há baixa ocupação humana na sua extensão e há grandes porções de florestas no entorno."

    Na opinião de McIntyre, os rios mais ameaçados do país são justamente os que estão mais próximos dos grandes centros urbanos, nas regiões Sudeste e Nordeste."

    A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade. A 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) será realizada de 18 a 29 de outubro, em Nagoya, no Japão.

    Foto: finchlake2000 (Flickr)