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Equipes vêm depositando lama e ácido para balancear as águas
O governo da Hungria afirmou nesta sexta-feira que subiu de cinco para sete o número de mortos pela lama tóxica que vazou após um acidente industrial, ocorrido na segunda-feira. Três pessoas ainda estão desaparecidas.
O encarregado das operações de emergência, Tibor Dobson, disse que dois corpos foram encontrados próximos à cidade de Devecser, no oeste do país.
Pela manhã, o governo afirmou que não havia riscos de contaminhação do Rio Danúbio, o segundo mais longo da Europa, após a lama tóxica ter atingido suas águas na véspera.
"Conseguimos mantê-lo (o lodo tóxico) na superfície, neutralizar este material extremamente perigoso", disse o ministro do Interior, Sandor Pinter, que afirmou que o pH da água por onde passou o material está diminuindo.
"Começou com pH13, atingiu o Danúbio com pH9 e já diminuiu desde então", disse. A água é pH7 quando neutra, com níveis de segurança oscilando entre pH 6.5 e 8.5.
Pinter disse ainda que o suprimento de água potável da região não foi afetado.
Os governos de países onde também passa o Danúbio, Croácia, Sérvia e Romênia, estão monitorando a situação.
Esforços
Calcula-se que até um milhão de metros cúbicos de lama tóxica tenha transbordado de um reservatório na segunda-feira, destruindo casas e atingindo rios afluentes do Danúbio.
Trabalhadores vêm desde então depositando grandes quantidades de barro e ácido no rio e seus afluentes para neutralizar a lama, de alto teor alcalino.
A possibilidade de que toxinas evaporadas da lama se espalhem pelo ar preocupa as autoridades. A Hungria pediu ajuda para a União Europeia para lidar com o vazamento.
O correspondente da BBC na Hungria Duncan Kennedy disse que, nos últimos dias, a chuva manteve a lama úmida mas o sol deve secar o material e criar nuvens de poeira que espalhará o material, incluindo talvez pequenas quantidades de material radioativo.
Se isso ocorrer, diz ele, as autoridades vão decidir se evacuam mais áreas. O premiê húngaro, Viktor Orbán, chamou o vazamento de "tragédia ecológica" e confirmou que algumas áreas precisarão ser abandonadas.
A empresa responsável pela fábrica onde ocorral o vazamento, MAL Hungarian Aluminium Production and Trade Company, disse estar usando todos os recursos para lidar com o problema.
"Viktor Orban/AP"
O premiê húngaro disse que muitas terras terão que ser abandonadas
O incidente
O vazamento ocorrido em um reservatório que abrigava os resíduos da usina química deixou mais de cem feridos e causou inúmeros prejuízos em vilarejos e povoados, além de danos à terras aráveis da região.
Dobson disse que toda a vida no Marcal, um afluente do Danúbio, foi "extinta".
Acredita-se que as vítimas tenham morrido afogadas já que o veloz fluxo da lama chegou a ter mais de 2 metros de profundidade em alguns lugares. Muitos dos feridos sofreram queimaduras.
A lama é uma mistura de água com resíduos químicos da fábrica como óxido de alumínio e dióxido de silício, ambas substâncias que poderiam causar câncer.
Um porta-voz do Greenpeace classificou o vazamento como "um dos três piores desastres ambientais europeus dos últimos 20 ou 30 anos".
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