O navio Rainbow Warrior navega na Baía de Guanabara. (©Greenpeace/Rodrigo Paiva/RPCI)
Foi com chave de ouro que a visitação do público ao Rainbow Warrior
na cidade de Santos (SP) encerrou a expedição do mais novo navio do
Greenpeace no Brasil. Cerca de 3.500 pessoas tiveram a oportunidade de
conhecer a embarcação, atracado no maior porto da América Latina.
Durante a visita, o público teve a oportunidade de participar das
campanhas do Greenpeace em proteção ao meio ambiente, como a do Desmatamento Zero.
Nos mais de três meses de expedição do Rainbow Warrior pelo Brasil,
cerca de 20 mil pessoas assinaram a petição presencialmente. Somando-se
às assinaturas online, mais de 370 mil brasileiros pedem uma nova lei
para proteger as florestas.
Outro destaque do evento foram as energias renováveis. Grande estrela
da Cúpula dos Povos, no Rio, o fogão solar também fez sucesso entre as
famílias que visitaram o navio em Santos.
De norte a sul do Brasil
Nesta segunda-feira, 2 de julho, a tripulação do Rainbow Warrior se
despediu do Brasil com destino à Argentina. Em comemoração aos 20 anos
do Greenpeace no Brasil, o navio passou por Manaus, Santarém, Macapá,
Belém, São Luís, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. Veja abaixo
uma breve retrospectiva das principais paradas:
Em Manaus, foi
lançada a campanha pela lei do Desmatamento Zero.
O Rainbow Warrior ajudou a alcançar e mobilizar várias comunidades que
vivem da riqueza da floresta, que se juntaram pela campanha.
Além da divulgação da campanha do Desmatamento Zero, o Guerreiro do
Arco-Íris ajudou o Greenpeace a denunciar as agressões à floresta
Amazônica. Em Santarém foi feita a
denúncia de uma madeireira ilegal operando em um assentamento do Incra. O navio também recebeu um debate entre organizações e lideranças comunitárias sobre a estrada BR-163 e seus efeitos no desmatamento da floresta.
O Rainbow Warrior foi o ponto de encontro de uma
assembléia flutuante
com representantes de comunidades extrativistas da região. A flotilha
foi crucial para continuar a mobilização pela regularização fundiária da
Reserva Extrativista Verde para Sempre.
Outra denúncia feita com a ajuda do navio foi a entrega de uma
amostra de madeira coletada
em uma área quilombola em Gurupá à Procuradoria Federal em Belém. O
acontecimento foi o ponto de partida de um debate sobre o atual papel da
exploração madeireira no desmatamento e na degradação ambiental. O
evento envolveu o Ministério Público Federal, madeireiros e instituições
não-governamentais.
Já em Macapá, capital do Estado que tem
95% da sua área de florestas preservada, o governador Carlos Camilo Capiberibe fez questão de
declarar seu apoio ao Desmatamento Zero. Próximo à cidade, o navio chegou à comunidade de Bailique para registrar
o exemplo da Amazônia que dá certo.
Na capital paraense, a petição ganhou
apoio estratégico das instituições públicas regionais. Já o público
que visitou o Rainbow Warrior também fez bonito e apoiou em peso a petição. Foram mais de 1.300 assinaturas.
Em São Luís do Maranhão, o navio estreou sua primeira ação – o
bloqueio do navio Clipper Hope,
prestes a fazer um carregamento de ferro gusa, matéria-prima do aço
cuja cadeia produtiva envolve desmatamento ilegal, invasão de terras
indígenas e trabalho escravo. Os protestos
terminaram com um avanço: as autoridades e os produtores da região se dispuseram a entrar em um acordo para regularizar a cadeia produtiva do material.
Já navegando pela costa brasileira, o Rainbow Warrior estreou em
Recife a campanha pelo uso de matrizes renováveis como solar, eólica e
biomassa. Em evento a bordo do navio, o governo do Estado se comprometeu
a fazer investimentos em energias renováveis para atrair novas empresas de TI (Tecnologias da Informação). Com o lançamento do relatório Horizonte Renovável, o Greenpeace mostrou que o Brasil possui um pré-sol e um pré-vento de oportunidades para gerar energia limpa.
Muita gente veio conferir de perto o Rainbow Warrior na capital baiana. O Greenpeace recebeu até a visita contagiante do músico
Carlinhos Brown, que animou a tripulação. Nesta parada, também foi organizado um
seminário sobre potencial das energias renováveis.
Aportando na cidade maravilhosa para a Rio+20, o Rainbow Warrior foi
palco de discussões sobre como formar um polo verde de TI na capital
fluminense e de protesto de
índios Xavante
que há 20 anos aguardam a desocupação de suas terras por fazendeiros.
Durante a conferência da ONU, o Greenpeace se juntou à sociedade civil
na Cúpula dos Povos, realizando discussões sobre
desmatamento,
mudanças climáticas e
energias renováveis. Nas ruas, participamos de uma
marcha para mostrar o “verdadeiro futuro de queremos” para os líderes mundiais.
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