Por Alina Selyukh
WASHINGTON (Reuters) - O mundo está vivendo o ano mais quente já registrado, o que provoca secas generalizadas, segundo meteorologistas dos EUA.
O primeiro semestre de 2010 superou o primeiro semestre de 1998, até então o recordista, em 0,03F (0,0167C), segundo Jay Lawrimore, chefe de análise climática do Centro Nacional de Dados Climáticos, uma instituição federal norte-americana.
"Tivemos um episódio do El Niño na primeira parte do ano, que já acabou, mas contribuiu com o aquecimento não só do Pacífico equatorial como também contribuiu com temperaturas globais anomalamente quentes", disse ele.
O calor foi anormal em grande parte do Canadá, da África, dos oceanos tropicais e do Oriente Médio.
O norte da Tailândia enfrenta sua pior seca em 20 anos, e Israel tem a maior estiagem desde a década de 1920. Na Grã-Bretanha, este é o ano mais seco desde 1929.
Em junho, o gelo do oceano Ártico chegou à sua menor espessura já registrada.
O segundo semestre deve sofrer a influência do fenômeno La Niña - que, sendo o contrário do El Niño, causa o resfriamento das águas do Pacífico. Não se sabe, portanto, se 2010 vai superar 2005 como o ano mais quente.
Nos EUA, no entanto, a transição para o La Niña costuma deixar o clima mais seco e quente no cinturão agrícola do Meio-Oeste. O serviço de meteorologia agrícola Cropcast previu que nos próximos meses a temperatura pode passar dos 35C no leste de Nebraska, Iowa e oeste do Missouri. Antes que isso aconteça, porém, este junho foi apenas o oitavo mais quente já registrado no país.
O calor tem um efeito especialmente nocivo sobre a polinização, enquanto o clima seco afeta as lavouras de feijão, segundo os meteorologistas.
Lawrimore disse que alguns Estados da Costa Leste dos EUA também estão enfrentando seca, mas por enquanto o fenômeno é moderado e se concentra em 8 por cento do país. Nesta mesma época em anos anteriores, a seca afetava 15 por cento do país, e em 2007 chegou quase à metade.
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