Se você é uma daquelas pessoas que reclamam todos os dias do calor, prepare-se para se queixar ainda mais. No próximo domingo, dia 20, a capital pernambucana terá o dia mais quente do ano. A temperatura máxima poderá ultrapassar os 36 graus Celsius, com sensação térmica acima dos 40. Esse ´calorão` é consequência de um fenômeno astronômico chamado equinócio, que a cada ano vem sendo potencializado pelo efeito estufa.
Arte de Greg/dp
A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa ´noites iguais`, ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo, 12 horas cada turno. É um fenômeno em que o sol se posiciona perpendicularmente em relação à Terra, fazendo com que seus raios sejam distribuídos igualmente entre os hemisférios, entretanto, com mais incidência na região próxima a linha do Equador.
O equinócio ocorre duas vezes no ano. Uma em março, no dia 20, e a outra em setembro, dia 23. O fenômeno define as mudanças de estação. No Hemisfério Norte a primavera inicia em março e o outono em setembro. No Hemisfério Sul é o contrário, a primavera inicia em setembro e o outono em março. Como o Brasil está numa área tropical, essa passagem de estação não é bem definida.
A coordenadora do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), Francis Lacerda, alerta para a principal consequência do fenômeno no estado, a alta elevação da temperatura. ´O equinócio é o momento em que a Terra está mais próxima ao sol, por isso um aumento na temperatura da superfície terrestre, é natural`, disse. ´O que não é normal é esse calor acima dos 35 graus Celsius que vem aumentando nos últimos cinco anos`, completou.
Ainda de acordo com a coordenadora, o efeito estufa é o que vem contribuindo para o crescimento gradativo da temperatura. ´O calor não consegue se expandir para o espaço porque fica retido entre a atmosfera e a superfície por causa da ação de gases, como o carbônico` , explicou. ´Essa temperatura vem aumentando no estado nos últimos cinco anos`, alertou.
Assim como levou séculos para que a Terra atingisse esse nível de calor, também precisaremos de muitos séculos e mudanças de hábitos para que ele se reduza. ´A atuação humana, quase sempre sem preocupação ambiental, foi e está sendo decisiva para esse desequilíbrio. É preciso repensar tudo o que fazemos e como fazemos`, afirmou Francis Lacerda. A expectativa dos meteorologistas é que se não houver mudanças reais na humanidade, as temperaturas vão aumentar a cada ano.
"A atuação humana, quase sempre sem preocupação ambiental, agrava o desequilíbrio" Francis Lacerda, meteorologista, coordenadora do Lamepe
Nenhum comentário:
Postar um comentário