terça-feira, 9 de novembro de 2010

Países concluem acordo histórico para salvar natureza

 

Países concluem acordo histórico para salvar natureza

REUTERS

Por Chisa Fujioka e David Fogarty

NAGOIA, Japão (Reuters) - Representantes de quase 200 países concluíram na sexta-feira um abrangente plano para conter a extinção de espécies naturais, estabelecendo novas metas de preservação até 2020.

Ministros de Meio Ambiente do mundo todo também definiram regras para a partilha entre governos e empresas dos benefícios advindos dos recursos genéticos, o que pode representar ganhos de bilhões de dólares para nações em desenvolvimento.

O acordo levou anos para ser negociado, às vezes em clima acalorado, e as discussões na cidade japonesa de Nagoia pareciam se encaminhar para um impasse até a noite de sexta-feira (hora local).

"Esta reunião ofereceu uma profunda mudança na compreensão global sobre a importância multitrilionária da biodiversidade de florestas, pântanos e outros ecossistemas", disse o chefe do Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU), Achim Steiner, em nota.

Os delegados disseram que esse resultado passará um sinal positivo para as negociações climáticas da ONU, que também são marcadas por divisões entre nações ricas e pobres a respeito de como partilharem o ônus decorrente da necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

As discussões climáticas serão retomadas dentro de um mês no México.

Durante duas semanas, os delegados reunidos em Nagoia mapearam metas para a proteção de oceanos, florestas e rios, num momento em que o mundo enfrenta a pior taxa de extinções desde que os dinossauros sumiram, mais de 65 milhões de anos atrás. Mais de cem ministros participaram da fase final da conferência.

Os delegados definiram um plano estratégico de 20 itens para a proteção de estoques pesqueiros, preservação dos habitats e conservação de áreas marítimas e terrestres mais amplas.

Também definiram que a "missão" mais ampla para 2020 será tomar medidas urgentes para conter a perda de biodiversidade e para assegurar que os ecossistemas forneçam serviços essenciais para o bem-estar humano.

As nações concordaram em proteger 17 por cento das terras e águas interiores, e 10 por cento das áreas marítimas e costeiras até 2020. Atualmente, a proteção cobre 13 por cento das terras e 1 por cento dos oceanos.

A terceira parte do acordo, o Protocolo de Nagoia, relativo aos recursos genéticos, levou quase 20 anos para ser definida, e estabelece regras sobre como os países administram e compartilham os benefícios derivados das florestas e mares, quando resultam na criação de novos medicamentos, produtos agrícolas ou cosméticos.

"Este não é um protocolo chato. Ele irá regulamentar bilhões de dólares para o setor farmacêutico", disse Tove Ryding, consultor político de biodiversidade e mudança climática do Greenpeace.

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