sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ONU quer "tecnologia verde" para países em desenvolvimento

 

O secretário-geral da Convenção Marco das Nações Unidas para a Mudança Climática, Yvo de Boer, reivindicou hoje a "tecnologia verde" para os países em desenvolvimento e encorajou às nações ricas que superem a barreira da propriedade intelectual.

tecnologia_verde"Há consenso na transferência de tecnologia aos países menos desenvolvidos, e se realizaram progressos neste sentido durante as negociações", assinalou De Boer em entrevista coletiva no último dia da reunião sobre mudança climática da ONU realizada em Bangcoc desde 28 de setembro.

"As negociações estão avançando, mas os líderes mundiais devem ser mais ambiciosos em suas propostas", acrescentou De Boer, que acrescentou que "os futuros acordos sobre mudança climática devem ser construídos sobre o Protocolo de Kioto".

Neste sentido, destacou o fracasso dos países ricos em "pôr sobre a mesa" um compromisso sobre redução de emissões de gases do efeito estufa e ajuda financeira aos países pobres.

O G77 mais China e algumas ONGs (ONG) acusaram aos países industrializados de tentar negociar um acordo alternativo ao caminho aberto por Kioto.

De Boer afirmou que a União Europeia provou sua fidelidade ao Protocolo como "único instrumento legal" para combater o aquecimento global, mas outros Estados desenvolvidos preferem um pacto diferente.

Sobre os Estados Unidos, o responsável da ONU disse que não acredita que a primeira potência mundial dependa da aprovação de uma lei sobre mudança climática, que se debate no Senado, para chegar a um compromisso na Conferência de Copenhague do dezembro próximo.

"O próprio senador Kerry, que apresentou a lei, assim o reconheceu ", espetou De Boer.

Muitas das delegações dos 179 participantes da reunião de Bangcoc culparam aos Estados Unidos de ser o principal obstáculo nas negociações, embora o grupo Union of Concerned Scientists assegurasse que o presidente Barack Obama está "completamente comprometido" com a mudança climática.

"Se não há progresso no Senado não é por culpa de Obama mas da indústria petrolífera, que está fazendo todo o possível para desacelerar o debate", manifestou Alden Meyer, membro da citada organização.

Somente Noruega, que não pertence à União Europeia, comprometeu um corte de 40% de suas emissões de gases efeito estufa, dentro do 25-40% que aconselham os cientistas para evitar o catastrófico aumento de dois graus da temperatura mundial.

A União Europeia propôs um corte de 20%, ampliável a 30% se outros países industrializados adotam um compromisso equivalente.

As conquistas e fracassos desta reunião de Bangcoc passarão à que será realizada em Barcelona a princípios de novembro, preliminar à Conferência de Copenhague.

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