sábado, 3 de outubro de 2009

Sete anos para zerar desmatamento na Amazônia: ONGs brasileiras mostram como


Brasília, Brasil — Pacto Nacional lançado em Brasília nesta quarta-feira por nove ONGs, entre elas o Greenpeace, prevê metas anuais e compensação financeira para quem conservar a floresta.
Nove ONGs lançaram nesta quarta-feira, em Brasília, o Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia. A proposta da sociedade civil é uma iniciativa inédita para estabelecer um amplo compromisso entre vários setores do governo brasileiro e da sociedade sobre medidas necessárias e urgentes para assegurar a conservação da floresta amazônica, devido à sua crucial importância para se manter o equilíbrio climático, conservação da biodiversidade e preservação do modo de vida de milhões de pessoas que dependem da floresta para sobreviver.

As ONGs participantes são: Instituto Socioambiental, Greenpeace, Instituto Centro de Vida, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, The Nature Conservancy, Conservação Internacional, Amigos da Terra-Amazônia Brasileira, Imazon, e WWF-Brasil.

O Pacto Nacional propõe a redução do desmatamento na Amazônia a zero até 2015, adotando-se um sistema de metas anuais. Estima-se que sejam necessários investimentos da ordem de R$ 1 bilhão por ano, de fontes nacionais e internacionais, para se compensar financeiramente aqueles que promoverem efetiva redução do desmatamento na Amazônia e também para se pagar serviços ambientais prestados pela floresta.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; e os governadores Blairo Maggi (Mato Grosso) e Waldez Góes (Amapá), entre outras autoridades, participaram do evento.

“Isso é apenas o começo, mas é um bom começo, e algo interessante. Estamos construindo um plano nacional com responsabilidades comuns porém diferenciadas”, afirmou a ministra Marina Silva. “É um movimento legítimo, importante para ajudar os governos federal e estaduais e outros setores para cumprir um desejo da sociedade.”

“Estamos presentes para apoiar com firmeza o programa que viabilize o fim do desmatamento na Amazônia, com o desenvolvimento de fundos que possam contribuir de forma importante para o desenvolvimento de atividades que mantenham a floresta em pé”, afirmou o economista Luciano Coutinho, do BNDES.

De acordo com a proposta, os incentivos econômicos serão direcionados para reforçar a governança da floresta (monitoramento, controle e inspeção; promoção de licenças rurais e ambientais para propriedades rurais; criação e implementação de áreas protegidas e terras indígenas), otimizar o uso das áreas já desmatadas e compensação financeiras para atores sociais responsáveis pela conservação da floresta (povos indígenas, comunidades locais, populações tradicionais e produtores rurais).

De acordo com as ONGs, "um dos principais desafios a ser enfrentado é garantir políticas públicas que incorporem o fim do desmatamento dentro de um programa social, ambiental e econômico. É necessário ir além dos instrumentos de controle e de ordenamento, promovendo a revisão e a reorientação dos incentivos financeiros que historicamente são canalizados para práticas predadoras.

Até 2006, aproximadamente 17% da floresta amazônica foi destruída. As altas taxas de desmatamento estão provocando uma redução acelerada da biodiversidade local, o que afeta diretamente a vida de milhões de pessoas que dependem da floresta para sobreviver. O desmatamento é também uma fonte significante de emissões de gases do efeito estufa, que contribui para o aumento do aquecimento global. Cerca de 75% das emissões brasileiras vem do desmatamento e das queimadas, principalmente da Amazônia, deixando o Brasil como o quarto maior poluidor do clima do mundo.

Destruir a Amazônia pode provocar secas prolongadas em diferentes regiões no Brasil e reduzir a produtividade agrícola brasileira, provocando um grande impacto econômico e social no país. A chuva que é produzida na Amazônia é importante não apenas para a região. Ela ajuda na geração de energia, na produção de alimentos e no abastecimento de água no centro, sul e sudeste brasileiro. Assim sendo, o desmatamento não traz desenvolvimento econômico ou melhoria na qualidade de vida da população local. Municípios com altas taxas de desmatamento na Amazônia, onde a criação de gado domina o uso da terra, têm índices de desenvolvimento humano abaixo da média regional e nacional.

De acordo com as ONGs envolvidas na proposta, o lançamento da iniciativa do pacot não é o fim, mas o início de um grande debate nacional em soluções consistentes e duradouras para acabar com o desmatamento na Amazônia. Os detalhes técnicos, econômicos e institucionais do Pacto Nacional em defesa do desmatamento zero e pela valorização da floresta deve se tocado em conjunto com os governos estaduais da região e o governo federal, além de representantes dos produtores rurais, organizações ambientalistas, movimentos sociais, povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia.

Saiba mais:
* Confira detalhes do Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia
* Sumário Executivo do Relatório com os Fundamentos Econômicos do Pacto
* Íntegra do Relatório com os Fundamentos Econômicos do Pacto

Leia também:
* Na ONU, Lula promete lançar Plano Nacional de Combate às Mudanças Climáticas

Fonte: www.greenpeace.org.br

2 comentários:

  1. Lúu, adorei esse seu blog, tenho até uma sugestão de um vídeo muito interessante e chocante sobre a falta de água futura no mundo.

    basta você colocar na google: carta 2070 que vai aparecer o vídeo, da uma olhadinha la vc não vai se arrepender e concerteza vai querer postar, pq tem tudo haver com esse blog. :}

    beijos. msn: larissinha.sena@hotmail.com

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