sexta-feira, 9 de outubro de 2009

VI CBUC encerra convocando continuidade da luta pelas UCs

cbuc
O VI CBUC aconteceu no Expo Unimed, em Curitiba.
Foto: José D'Ambrósio

Durante cinco dias, o VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação reuniu cerca de 1.200 pessoas de várias regiões e países, que participaram de conferências e simpósios sobre diversos temas relacionados a unidades de conservação: pagamento por serviços ambientais e ecossistêmicos, impactos ambientais provocados pela exploração das reservas de petróleo ultra-profundo, entre outros temas referentes aos desafios de aliar conservação da natureza ao desenvolvimento econômico.
Dentre os destaques do congresso, estavam os debates sobre mudanças climáticas, que deixaram claro que a sociedade precisa se mobilizar para que o Brasil assuma posição de líder na COP 15 (15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que acontece em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca. Os debates contaram com a participação do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), do diretor executivo do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado, e do pesquisador Philip Fearnside, do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), entre outros debatedores. O prefeito de Curitiba, Beto Richa, também participou do primeiro debate anunciando a implantação do Fórum de Curitiba para Mudanças Climáticas, que vai preparar a cidade para as mudanças necessárias.
Para Malu Nunes, coordenadora do VI CBUC, o congresso foi o fórum legal para que se implementem novas medidas de proteção às unidades de conservação e para que o governo federal tome uma posição oficial em relação a COP 15. “Temos que sair na frente dos demais para proteger a nossa biodiversidade e o futuro do planeta”, afirmou.
Para o almirante Ibsen de Gusmão Câmara, presidente da Rede Pró-Unidades de Conservação e conselheiro da Fundação O Boticário, o quadro atual remete a uma situação de extinção em massa das unidades de conservação. “A situação da biodiversidade está extremamente séria”, advertiu. “A luta é permanente para que se criem novas unidades de conservação na terra e no mar”, afirmou o almirante. “Não há nada mais nobre no planeta do que tentar salvar o que surgiu há 2,5 bilhões de anos”.
Para saber mais sobre o que foi discutido durante as conferências e simpósios e ouvir depoimentos completos de palestrantes, acesse o site do congresso: www.fundacaoboticario.org.br/cbuc.
Moções e Mudanças Climáticas II
O VI CBUC terminou com a aprovação de nove moções e com a realização do segundo debate sobre Mudanças Climáticas.
Entre as moções aprovadas pelos participantes, por unanimidade, está a que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento com máxima urgência de ação que garante a integridade territorial das unidades de conservação, sobretudo as de proteção integral. Outra moção, também de relevância, pede aprovação imediata pelo Congresso Nacional de proposta de emenda constitucional que inclui os biomas Cerrado e Caatinga como patrimônios nacionais.
Das moções aprovadas, uma manifesta total repúdio as alterações feitas pelo Governo Federal nos limites do Parque Nacional da Serra da Canastra, o que coloca em risco sua própria viabilidade ecológica.
O encerramento do VI CBUC foi marcado também pela realização do segundo debate sobre Mudanças Climáticas, com participação do ex-deputado Fábio Feldmann, idealizador do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e Secretário-executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas e Biodiversidade; Tasso Rezende de Azevedo, consultor do Ministério do Meio Ambiente e integrante da equipe do Governo Federal para a COP15; e Antonio Donato Nobre, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e representante institucional do INPE.
Todos foram unânimes em afirmar que o Brasil precisa estabelecer meta para redução de emissão de carbono e implantá-la imediatamente. “O Brasil é um país importante do ponto de vista ambiental e não pode deixar de exercer um protagonismo positivo”, declarou Feldmann.
Para acessar todas as moções aprovadas, clique aqui.
Sobre o CBUC
O Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação é promovido pela Fundação O Boticário de Proteção à Natureza desde 1997 e acontece a cada dois anos. O objetivo é disseminar conhecimento e propiciar a troca de experiências entre as pessoas que trabalham pela conservação de áreas naturais no Brasil e no mundo, com o intuito de viabilizar soluções práticas para a preservação da vida na Terra.

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