sábado, 15 de dezembro de 2012

Cientistas tentam erradicar ratos invasores das ilhas Galápagos


Cientistas de várias partes do mundo uniram esforços para tentar erradicar das ilhas Galápagos os ratos invasores, que disputam o habitat com espécies como tartarugas gigantes e lagartos.

Quito, 14 dez (EFE).- Cientistas de várias partes do mundo uniram esforços para tentar erradicar das ilhas Galápagos os ratos invasores, que disputam o habitat com espécies como tartarugas gigantes e lagartos.

O projeto, iniciado no começo de 2011 na pequena ilha de Rábida, de 720 hectares e situada no coração do arquipélago, continua agora na vizinha Pinzón, de 1,8 mil hectares.

O Parque Nacional Galápagos (PNG), que protege o frágil ecossistema do arquipélago, leva adiante o plano de eliminar os ratos e outras espécies introduzidas, que representam a maior ameaça para as ilhas.

A Fundação Charles Darwin, a organização Island Conservation e a Universidade de Michigan (EUA) trabalham junto com o PNG neste processo.

Os ratos, sobretudo os 'holandeses' e o 'rato caseiro', ocupam o terceiro lugar na lista de espécies estrangeiras nocivas para o ecossistema das Galápagos, que inclui também o homem, os cachorros, os gatos, as cabras e até as vacas, assim como uma série de espécies vegetais, como a amora.

Os ratos negros que vivem em Pinzón impediram que as tartarugas gigantes que habitam o local se reproduzissem com sucesso nos últimos 150 anos, devido à destruição de seus ovos e filhotes.

Além disso, as Galápagos foram o local de abastecimento no oceano Pacífico de marinheiros, piratas e bucaneiros que trouxeram outras espécies como cachorros, cabras e ratos, entre outros.

O PNG e a Fundação Charles Darwin recolheram nos últimos tempos os ovos achados nesta ilha para incubá-los de maneira artificial, criar as pequenas tartarugas em cativeiro e depois devolvê-las a seu habitat natural.

Desde a primeira reintegração de 20 tartarugas a Pinzón no ano de 1970, mais de 550 tartarugas jovens foram liberadas com sucesso, mas a ameaça continua.

Após eliminar os ratos em Rábida, os cientistas ampliaram o projeto com o uso de uma isca elaborada exclusivamente em laboratórios, que não representa um risco para outras espécies.

O diretor do Parque Nacional Galápagos, Edwin Naula, explicou que nesta tarefa foram empregadas 'novas técnicas para remover estas ameaças e prevenir a extinção de espécies que não são encontradas em nenhuma outra parte do mundo, como a tartaruga gigante de Pinzón'.

Os roedores invasores também afetam a lagartixa de lava de Pinzón, cuja população minguou nos últimos anos, porque os ratos destroem as raízes do cacto Opuntia, alimento predileto das iguanas terrestres e de outras espécies.

Para exterminar os roedores, são utilizados raticidas anticoagulantes, um veneno estudado para evitar que afete as espécies nativas como o gavião de Galápagos, que em todo caso é capturado e isolado temporariamente enquanto é realizado o processo de desratização.

Essas aves são colocadas em grandes compartimentos, especialmente adequados, que devem adotar como lar durante todo o tempo provável de afetação da isca.

A isca, que é arrojada por um helicóptero que sustenta um sino dispensador, parece uma espécie de bolacha cilíndrica, de um centímetro cúbico, ligeira e celeste, atrativa para os ratos, mas detestável para outros animais.

Para o PNG, eliminar os ratos das ilhas é extremamente importante para a restauração dos ecossistemas de Galápagos, os quais, apesar da presença de espécies introduzidas, ainda conservam 95% de sua flora e fauna original.

O maior desafio do programa de desratização empreendido neste arquipélago equatoriano é acabar com os roedores invasores das ilhas maiores: Isabela, Santa Cruz, San Cristóbal e Floreana.

As ilhas Galápagos estão localizadas a cerca de mil quilômetros do litoral do Equador, que as protege com uma legislação especial para sua fauna e flora, marinha e terrestre. EFE
fa/ff/rsd

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