Inseto pode provoca deslocamento ou a extinção de espécies únicas na região, dizem cientistas britânicos.
BBC Brasil
"Mosquito / AFP"
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Os mosquitos podem liberar grandes quantidades de nutrientes no solo, o que mudaria a maneira com que as espécies nativas têm vivido e evoluído, segundo um levantamento do centro de pesquisas britânico British Antarctic Survey.
A equipe acrescentou que a espécie, uma variedade conhecida como Eretmoptera murphyi, possui características que lhe permite sobreviver em condições extremas.
'O principal papel na natureza desse animal é remover o lixo. Em outras palavras, ele ajuda a decompor coisas no solo. O problema é que a densidade populacional do mosquito na área em que tal espécie foi introduzida já é responsável por remover mais lixo do que a comunidade que já se encontrava ali', explica o pesquisador Peter Convey, responsável pelo estudo.
Isto poderia significar uma mudança significativa no funcionamento do ecossistema local, acrescentou Convey.
Ecossistema ameaçado
Em entrevista à BBC, Convey disse que o principal risco é o deslocamento ou a extinção de espécies únicas que existiam naquela parte da Antártida.
O caso do Eretmoptera murphyi é apenas parte de um problema maior de espécies invasoras na Antártida.
Segundo a equipe que liderou o levantamento, cerca de 5 mil membros da comunidade científica e 30 mil turistas visitam a área a cada ano.
'O maior risco é que essas pessoas trazem consigo espécies que nunca habitaram a região. Por exemplo, se suas botas estiverem com lama, novos bichos podem depreender-se delas e colonizar a área', explica.
As espécies de mosquitos analisadas pela equipe de cientistas têm a capacidade de sobreviver em diferentes condições em toda a região, o que pode provocar um impacto amplo e duradouro.
'Se não tomarmos cuidado na forma como nos movemos, podemos nos tornar um vetor de transporte muito importante - e perigoso', disse Convey.
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